25.8.10

AKASHI autografado!

Para comprar direto do autor, autografado, mande um email para andrei.puntel@terra.com.br. O preço é o mesmo da Livraria Cultura e do Submarino, o livro segue por carta comum e o frete é cortesia da casa para todo o Brasil!

Abraço a todos,
Andrei.

Novos links

AKASHI - texto integral

http://rapidshare.com/files/46434654/Akashi.pdf.htm

PÉS DESCALÇOS - meu conto na coletânea "VISÕES DE SÃO PAULO"

http://rapidshare.com/files/414985038/Pes_Descalcos.pdf.html

Espero que curtam!
Abraço a todos!
Andrei.

Entenda o Projeto Akashi

" Investigando uma série de mortes suspeitas na alta sociedade européia, a jornalista Julie Paget vem à procura de uma testemunha-chave refugiada em um paraíso tropical no Brasil. Quando chega, descobre que sua fonte também sofreu uma morte tão inexplicada e inquietante quanto as que investigava. No desenrolar dos fatos, conhece um grupo de pessoas que irá mudar sua vida e o seu conceito de realidade, apresentando-a a uma verdade muito mais complexa e excitante do que ela poderia imaginar existir. Suas armas: Conhecimento milenar, coragem e ousadia. Seu objetivo: confrontar um mito."

Sempre gostei de história e mitologia. Também antigas religiões e filosofia me fascinam. Gosto de tentar entender o ponto de vista de outras pessoas. Sempre procurando esses outros pontos de vista, conheci a obra de Carl Jung a respeito da alquimia e o trabalho do mitólogo Joseph Campbell. Ambos, fascinantes, fazem a ponte entre as idéias antigas e os dilemas modernos. O conjunto de conceitos fantásticos e atraentes parecia uma história de ficção. E procurando minha própria interpretação, eu acabei escrevendo uma história, sem a menor intenção de publicá-la, apenas pelo prazer da criação...

Algum tempo atrás iniciei um trabalho de pesquisa. Meu objetivo: entender como a Internet afeta o novo mundo onde vivo. Estruturas sociais, produtivas, políticas. Especulações e hipóteses várias com um ponto em comum. Comunicação.

Uma das questões práticas: na dita era da informação, como produzir e distribuir informação se os processos tradicionais estão sendo destruídos? A indústria da informação - música, cinema, software, livros - está em guerra. Por direitos legais, por mercado, por sobrevivência.

E quanto aos autores, os reais criadores da informação? Como usar a internet de maneira criativa, explorando novas possibilidades?

Eu precisava de um laboratório, um teste prático. Precisava de um autor inédito, e sem juízo o suficiente para confiar sua obra a um estranho. Nesse ponto, oito anos desapareceram. E da convergência – ou seria sincronicidade? - surgiu uma idéia.

Reescrevi aquela primeira história, de acordo com as novas necessidades. E da idéia surgiu ”Akashi”, o objeto de uma experiência radical de desenvolvimento e distribuição literária.

Somos homens de ciência e lógica, mas em épocas de grandes mudanças, nada como um pouco de magia.

Em um lance de sorte, o livro acabou sendo aceito pela editora Novo Século, que me convidou a participar da coleção “Novos talentos da literatura brasileira”.

Sorte de principiante.

Mas como principiantes têm que ser teimosos mantive o projeto original. Funciona assim: Faça o download do livro. “Inteiro?!”. É, inteiro. “Sem pagar nada antes?!”. É, sem pagar nada antes. Leia. Divirta-se. Se você gostar, você pode retribuir os meses de trabalho do autor das seguintes maneiras:

1. Compre um livro nas livrarias. Akashi está sendo vendido nas melhores livrarias do país. Impressão de qualidade por 15,90. Pelo menos na primeira edição, que costuma ser mais acessível. Excelente para presentear os amigos.
2. Compre um livro on-line aqui. Site seguro da Livraria Cultura.
3. Compre um livro direto do autor, autografado. Estoque limitado. O livro segue por correspondência registrada, rastreável pela internet. Quem sabe não vale uma fortuna daqui cinqüenta anos? ;-)

Vai dar certo? Boa pergunta. O número de pessoas que vai se aproveitar da minha “ingenuidade” vai ser maior ou menor que o número de pessoas que vai respeitar o trabalho do autor e incentivar essa nova idéia?

Não sei. Mas confio no meu futuro público. São gente boa.

Ah! E depois de ler, volte aqui! Me diz o que achou. Me ajude a escrever mais histórias. E mande o endereço dessa página para seus amigos, para que eles possam entender e participar dessa proposta.

Então, vamos, faça como os novos amigos que você irá conhecer agora. Faça o download do livro, diminua as luzes, sirva-se de uma bela taça de vinho e divirta-se.

Um abraço,
Andrei Puntel.

10.11.09

Da necessidade de um mestre para iniciar o caminho

Conheci um sujeito que queria construir um barco. Ele tinha 30% do valor necessário para a obra e solicitou o restante a um banco. O gerente disse que podia emprestar para a compra de residência, automóvel ou negócio e meu conhecido tentou explicar que o barco era as 3 coisas pra ele. Não teve jeito, empréstimo negado.

Ele então começou a construir o barco com as próprias mãos. Comprou um projeto e foi em frente.

O gerente, que praticava corrida, passava diariamente às sete da manhã em frente ao estaleiro e via o sujeito serrando e martelando, sozinho, todo santo dia. Depois de seis meses sem falhar nem mesmo um único domingo, ele o chamou no banco e deu o empréstimo. A história é real e o barco hoje é um dos principais a operar na região de Abrolhos.

A preocupação inicial com um mestre é exagerada. Todos nós sabemos que a base da brincadeira passa pelo Vigiar e Conhecer a si mesmo. A maior barreira não é o uso de formulas e truques, mas vencer os condicionamentos do ego. A compreensão de um modelo "simples" e "neutro" da personalidade, como o Junguiano, é fundamental para a jornada. O estudo de mitologia comparada, cabala e kardecismo é aberto a qualquer um. Um mestre não queima essas etapas, nem faz o trabalho que deveria ser do aprendiz. O caminho inicial deve ser trilhado solitariamente. Hogwarts só está disponível no nivel profissionalizante.

Na hora adequada, o mestre aparece rapidamente.

E na hora adequada, ele desaparece mais rápido ainda.

Abraço a todos.

Andrei.

Huxley e Orwell

A primeira vez que li Admirável Mundo Novo e 1984 eu estava na sexta série. Esse livros, mais “Christiane F” foram meu ritual de iniciação à adolescência. Óbvio que os reli algumas vezes depois, com olhos mais maduros e complementando minha compreensão dessas obras, mas posso afirmar que foram fundamentais na formação de meu caráter. Por um lado, uma ojeriza a qualquer ideologia que esmagasse o indivíduo. Por outro, olhos sempre abertos ao risco da alienação pelo superconsumo e pela propaganda.

Ao ler o texto do TdC, notei um viés nítido. O autor sugere que o risco atual deriva muito mais da realidade Huxleyiana do que da obra de Orwell e discordo disso completamente. A verdade é que a forma de dominação utilizada por quem detém o poder é pendular. Opressão aberta ou sedução pelo desejo de consumo são aplicadas de acordo com o grau de vulnerabilidade da sociedade em um determinado momento.

No Brasil, temos claros os ciclos de opressão nos governo Vargas e na ditadura militar. E ouso dizer que, se não tivéssemos vivido o episódio do mensalão, a postura do governo atual se aproximaria muito da conduta bolivariana de nuestros hermanos andinos, que silencia opositores, imprensa e desafetos em geral.

Outro exemplo é a China, que saiu de um longo ciclo de ditadura do proletariado para um modelo híbrido, que explora o desejo de ascensão individual. Quanto tempo levará para o pendulo do maior país do mundo pender novamente para Huxley? O massacre de Tian'anmen foi em 89. Esperem os chineses perceberem que o brilho do dinheiro não é para todos e verão o dragão engolir seus filhos novamente.

Mesmo nos EUA, o último governo Bush tinha um viés totalitário. Um modelo chinês ás avessas, onde a pátria do hiperconsumo usou do patriotismo uma desculpa –as usual– para justificar Guantánamo e a violação de direitos individuais.

Portanto, a situação é mais complicada do que parece. Quando nos preparamos para enfrentar o ogro destruidor, surge uma sereia sedutora que nos afoga. Quando tampamos os ouvidos como os argonautas, pedras nos são lançadas.

O preço da liberdade é a eterna vigilância.

Abraço a todos.

O aspecto moral da Realidade Última

A religião, como ferramenta de controle social, é sempre moral. Moral que, apesar de iniciada sobre valores positivos, quase sempre se torna perversa, justificando atrocidades e desmandos.

A maioria dos livres pensadores com um viés espiritualista vem de uma religião oficial e paulatinamente dela se afasta, por adotar uma postura crítica perante atitudes incoerentes e absurdas. Entre seu próprio juiz interno e a autoridade constituída, opta corajosamente por responsabilizar-se por seu destino. No entanto, décadas de vida sob o jugo religioso deixam marcas. A maior delas é buscar um sentido moral para a realidade.

Essa é a pedra de roseta para compreender a grande confusão em que nos encontramos. Buscar um sentido moral, um valor basicamente humano, no infinito, é como buscar justiça na gravidade ou felicidade no vento. Pode até funcionar em termos poéticos e alegóricos, mas configura-se um desastre como literariedade. Daí vem as pérolas que ouvimos em cultos televisivos, de como Deus está feliz, bravo ou, a minha preferida, decepcionado com alguém (alem d´Ele não ser onisciente, configura-Se como um péssimo avaliador de caráter).

Aqueles que buscam o fazem por sentir a realidade como manifestação de uma Inteligência una que se expressa como beleza e harmonia, na Criação atemporal e dinâmica. Quaisquer reflexos de atividade humana no céu são absolutamente fantasiosos e servem apenas para alimentar o ego do observador.

Retornando a questão apresentada no post carma e linearidade, e tendo clara a natureza absolutamente especulativa do que digo, vejo o carma como um maravilhoso instrumento de harmonia e perfeição. Mas de forma alguma como um elemento moral.

Se a realidade é uma só, um único continuum, devemos esperar que suas leis sejam coerentes. E a maior delas é a necessidade de equilíbrio. Isso ocorre na matéria. A relatividade nos diz que uma massa de alguma forma distorce o espaço-tempo ao seu redor. Outra massa, posta em seu raio de ação responderá, atraindo reciprocamente a massa original até que ambas estejam em um estado de equilíbrio dinâmico. Psicologicamente, os mecanismos de reação do individuo a estímulos externos, sendo a satisfação o estado de equilíbrio desejado, são bastante conhecidos. E espiritualmente as tendências na relação recíproca do indivíduo com o ambiente são a efetivação dessa lei do equilíbrio através do carma. Um processo que atrai as condições necessárias para que a consciência atinja a Harmonia. Não é um processo moral. Não é causa e feito de suas ações a outrem. Não há prêmio ou castigo. E só aquilo que você precisa para Ser.

E para aqueles que se aferram a uma realidade necessariamente moral, lembramos que não é um código externo que conduz o homem à virtude, mas sua capacidade de colocar-se no lugar do outro. Esse é o único valor absoluto. Um comportamento moral derivado de um deus moral é quase sempre frágil e questionável.

Além do que aquilo que entendemos por deus é só uma possibilidade.

Aliás, nós também somos.

Abraço.

Karma e linearidade

Um dos problemas centrais na busca espiritualista é a conciliação entre a crença intuitiva em uma Criação perfeita e o oceano de dúvida e dor que existe em nossa realidade cotidiana. Filosoficamente isso resulta em dezenas de especulações e interpretações que chegam até mesmo a negar a relação direta entre Criador e Criação (supondo que exista tal diferenciação) através de um personagem intermediário, o demiurgo gnóstico, que teria gerado o mundo corrupto que observamos.

Outra maneira de tentar conciliar essas percepções opostas é a concepção de um processo de causa e efeito tão natural e impessoal quanto a gravidade, que ajusta essas realidades aparentemente díspares. Enquanto a tradição ocidental, de raízes egípcias, fala em um julgamento final da alma humana, o oriente imagina um processo dinâmico e cotidiano, que dispensa júri e juiz (embora algumas linhas, como a teosofia, citem a figura dos Senhores do carma, essa personificação da lei não é a mais comum, mantendo seu caráter natural).

O quanto desse conceito é útil e o quanto é apenas uma fantasia egóica? Dando um passo atrás, pensemos a reencarnação e veremos o mesmo comportamento. De uma hipótese sistêmica muito interessante, ela passa a ser uma simples maneira de afagar o ego. Quantas princesas e generais não se redescobrem em centros espíritas e terapias de vidas passadas? Nunca a humanidade foi tão nobre quanto em suas pretensões…

Em sua interpretação tradicional, todo o mecanismo reencarnatório/cármico é tradicionalmente respaldado por um interpretação linear do tempo. Mas essa interpretação faz sentido de um ponto de vista do Self (vamos chamar assim uma possível dimensão maior do Ser) ou é apenas um ponto de vista raso do ego? A argentina Zulma Reyo, em seu livro Karma e Sexualidade faz uma representação interessante entre o que ela chama de tempo linear e o tempo concêntrico, a realidade vivida pelo Self. Ela considera a existência egóica, linear, como uma experiência do Self projetado na tridimensionalidade, a partir de condições absolutamente aleatórias. O mecanismo cármico existe apenas como elemento de aprendizagem dentro dessa única existência linear, não atuando como elemento de ajuste entre consecutivas experiências lineares. Do ponto de vista de uma Criação una, essa visão é absolutamente harmônica. Mas do ponto de vista do ego individualizado, a perspectiva de uma vida iniciada em condições aleatórias não difere em nada de uma visão absolutamente materialista.

A autora também define como elemento chave para entender o processo cármico aquilo que chamamos de forma-pensamento. É através dessas estruturas mentais/emocionais geradas e mantidas por nossos pensamentos e ações que se dá a atração das condições externas que caracterizam a relação de causa e efeito. E essas formas-pensamento seriam visíveis a médiuns treinados como aderências no campo causal. É praticamente a mesma interpretação, dita em termos atuais, do processo cármico tal como compreendido no Jainismo, uma das religiões mais antigas da India. Os janistas crêem que o carma é uma substância que se adere à alma, e essa quantidade e qualidade de substância aderida que define as condições atuais da vida do individuo. Essa substância pode ser eliminada através de jejuns e meditações.

Fica então a questão. É possível conciliar reencarnação, causa e efeito e uma existência não linear?

Budismo: O Mundo dos Fantasmas Famintos

Roda de Samsara. Muita gente conhece superficialmente esse conceito, mas ele é muito interessante, pois pressupõe um modelo de evolução da alma que não é linear, mas cíclico. E as Sete Virtudes estão muito próximas das virtudes necessárias para se escapar do ciclo de samsara, que é composto por seis mundos ou Lokas, representando a expressão do indivíduo em termos emocionais e comportamentais:

Ele começa com o reino Deva, onde o espírito se manifesta de maneira quase infantil. Podemos entender essa manifestação como o “ignorante feliz”, onde sua expressão de sustenta através do equilíbrio delicado entre bom e mau karma.

Como a infância não dura para sempre, mais cedo ou mais tarde esse equilíbrio entra em colapso pela experiência do mundo exterior e a consciência experimenta o Mundo da Consciência Bruta, dentro do nível mais denso de atividade elemental. Depois de uma fase de apatia, o comportamento instintivo, principalmente a sobrevivência a qualquer custo, é sua característica mais nítida. È o mundo do selvagem em perigo.

O próximo estágio é o Mundo dos Deuses Ciumentos. Aqui a intensa atividade emocional gera um ciclo de inveja, possessividade e cobiça, além de grande curiosidade pelo mundo exterior. Eu chamo esse nível de mundo do selvagem aculturado, onde ele vive a realidade do homem branco. O ciclo de conflito aqui gerado leva ao próximo nível através do remorso.

O foco nas próprias paixões gera fome, medo e desejo. É o Mundo dos Fantasmas Famintos. Sucessivas experiências frustradas na satisfação desses desejos geram um principio de humildade que leva ao próximo nível.

O Mundo Humano é marcado pela necessidade de auto-afirmação, com a inflação do ego, pela arrogância e intolerância. A polaridade retorna ao individual e os conflitos levam ao novo nível.

O Mundo Infernal, mais do que auto-afirmação traz a necessidade de hierarquização, de poder sobre o outro. Imaginem a Santa Inquisição, onde o fanatismo religioso se utilizava de todas as formas de crueldade para controle social e teremos um exemplo claro desse estágio.

Quando o individuo não consegue sair desses ciclos, as tensões internas colapsam sua estrutura íntima e o reenviam ao inicio da Roda.

E aí, conseguiram identificar em que inferno vocês estão?

14.2.09

Compre autografado!

Para comprar direto do autor, autografado, mande um email para andrei.puntel@terra.com.br .O preço é o mesmo da Livraria Cultura e do Submarino, o livro segue por carta comum e o frete é cortesia da casa para todo o Brasil!

28.10.07

Comentários que fazem ganhar o dia...

Amanda deixou o seguinte comentário, infelizmente sem o email para que eu pudesse agradecê-la:

"Oi Andrei! Uma amiga indicou o seu blog... vi, fiquei interessada, li o livro e gostei muito. Estudei um pouco de filosofia e ocultismo, mas confesso que alguns trechos (ou episódios) ficaram confusos para mim. Talvez porque não tenha todo o conhecimento necessário. Em outros fiquei um pouco "assustada" com a possibilidade de certos fenômenos realmente existirem, visto que vc. tomou como base uma bibliografia conceituada. Foi uma ótima leitura e agradeci a minha amiga pela indicação. Abs. Amanda."

E o Ícaro deixou esse recado no meu perfil do orkut

"Oi!
Comprei teu livro em uma bienal em Salvador.
Gostei muito da capa, aí fui ler o resuminho no fundo e gostei. Comprei logo.
E foi um dos poucos reais que já passaram por minhas mãos e foram tão bem investidos
Sério mesmo. Gostei muito do teu livro.
Parabéns mesmo!!
Tem mais um fã.

Ah tem mais livros?"

Obrigado aos dois. Novidades, serão avisados de imediato. Abraços!

8.1.07

Novos links

Houve um probleminha com os links dos textos, portanto lá vão os novos:

Akashi - O primeiro volume da trilogia, texto integral chokurei,chokurei,chokurei
Pés descalços - Meu conto na compilação "Visões de São Paulo", uma coletânea so bre a capital paulista...

Abraço a todos.

29.11.06

Contatos

Atenção Pessoal: Encerrei meu contrato com a Novo Século, responsável pela primeira edição de "Akashi". Procuro agora contatos com editoras e agentes literários para trabalhar a série completa, composta por três livros: Akashi, Samsara e Fênix. Quem puder dar uma mãozinha...
Abraço,
Andrei

Olá pessoal. Gostaria de comunicar-lhes o lançamento do livro "Visões de São Paulo - Ensaios urbanos", uma compilação de 50 ensaios, apresentando variados retratos, entre contos e crônicas, da metrópole paulistana. São 50 autores, alguns consagrados, outros novos, como eu próprio, em um mosaico original e intenso.

O lançamento será nesse sábado, dia 02/12, às 19:00, em um local emblemático: a Casa das Rosas, Avenida Paulista, 37. Mais informações no site www.tarjaeditorial.com.br

Abraço a todos,
Andrei Puntel

21.7.06

Opinião dos leitores

É bom ter leitores tão generosos. Veja algumas críticas retiradas do Submarino e da Livraria Cultura:

Ricardo Zimmermann Lima / Data: 9/1/2006
Conceito do leitor:
Empolgante!!! - Imaginem um embate entre o bem e o mal. Pois o livro é isso mesmo. Uma simbiose, entre magia, ocultismo, paganismo, cabalismo, hermitismo, filosofia, ciência e alquimia, tudo isso num enredo emocionante e eletrizante, numa aventura de morte, medo e suspense, em que um grupo utilizando-se de antigos rituais, enfrenta o mal, que tenta usurpa-se de conhecimentos místicos, ou seja, de religiões não oficiais, para a borrifar o mal pelo mundo. Tudo isso num belo cenário, ILHA BELA, no Brasil. Protagonistas com personalidade e altivez, fazem da trama uma saborosa salada de reviravoltas, com uma pitada so sabor tropical.Investigando uma série de mortes suspeitas na alta sociedade européia, a jornalista Julie Paget vem à procura de uma testemunha chave refugiada no Brasil, é quando descobre que sua fonte também sofreu uma morte tão inexplicada e inquietante quanto as que ela investigava. Um livro inteligente, escrito para pessoas inteligentes, com conhecimento e desprendimento acima da média. Não se trata de mais uma obra sem fundamento, e sim de uma rica bibliografia clássica, como bem denota-se da relação posta no livro. Recomento também, da mesma coleção Novos Talentos da Literatura Brasileira, os livros: Anverso e Rerso de um Crime, Nossa Vida Animal, Opus Generalis, ambos muito bons.


Lucio e Irene Fayet / Data: 20/9/2005
Conceito do leitor:
Surpreendeu - A história é muito boa. Cada capítulo prende a atenção e amarra o seguinte. Há algumas reviravoltas inesperadas mas que não abusam da inteligência do leitor. Na verdade é um livro indicado para pessoas com um nível cultural acima da média, pela quantidade de referências. Apesar disso não tem nada de pedante e é diversão de primeira linha. Difícil de largar no meio. Aprovadíssimo.

21.3.06

Obrigado!

Obrigado a todos os amigos e leitores que passaram no estande da Editora Novo Século, na Bienal do Livro, perguntando - alguns até comprando, vejam só! - sobre Akashi. Fiquei muito feliz com o interesse de vocês!

Abraço a todos
Andrei Puntel

15.9.05

Entenda o projeto Akashi

" Investigando uma série de mortes suspeitas na alta sociedade européia, a jornalista Julie Paget vem à procura de uma testemunha-chave refugiada em um paraíso tropical no Brasil. Quando chega, descobre que sua fonte também sofreu uma morte tão inexplicada e inquietante quanto as que investigava. No desenrolar dos fatos, conhece um grupo de pessoas que irá mudar sua vida e o seu conceito de realidade, apresentando-a a uma verdade muito mais complexa e excitante do que ela poderia imaginar existir. Suas armas: Conhecimento milenar, coragem e ousadia. Seu objetivo: confrontar um mito."

Sempre gostei de história e mitologia. Também antigas religiões e filosofia me fascinam. Gosto de tentar entender o ponto de vista de outras pessoas. Sempre procurando esses outros pontos de vista, conheci a obra de Carl Jung a respeito da alquimia e o trabalho do mitólogo Joseph Campbell. Ambos, fascinantes, fazem a ponte entre as idéias antigas e os dilemas modernos. O conjunto de conceitos fantásticos e atraentes parecia uma história de ficção. E procurando minha própria interpretação, eu acabei escrevendo uma história, sem a menor intenção de publicá-la, apenas pelo prazer da criação. Isso foi dez anos atrás...

Dois anos atrás iniciei um trabalho de pesquisa. Meu objetivo: entender como a Internet afeta o novo mundo onde vivo. Estruturas sociais, produtivas, políticas. Especulações e hipóteses várias com um ponto em comum. Comunicação.

Uma das questões práticas: na dita era da informação, como produzir e distribuir informação se os processos tradicionais estão sendo destruídos? A indústria da informação - música, cinema, software, livros - está em guerra. Por direitos legais, por mercado, por sobrevivência.

E quanto aos autores, os reais criadores da informação? Como usar a internet de maneira criativa, explorando novas possibilidades?

Eu precisava de um laboratório, um teste prático. Precisava de um autor inédito, e sem juízo o suficiente para confiar sua obra a um estranho. Nesse ponto, oito anos desapareceram. E da convergência – ou seria sincronicidade? - surgiu uma idéia.

Reescrevi aquela primeira história, de acordo com as novas necessidades. E da idéia surgiu ”Akashi”, o objeto de uma experiência radical de desenvolvimento e distribuição literária.

Somos homens de ciência e lógica, mas em épocas de grandes mudanças, nada como um pouco de magia.

Em um lance de sorte, o livro acabou sendo aceito pela editora Novo Século, que me convidou a participar da coleção “Novos talentos da literatura brasileira”.

Sorte de principiante.

Mas como principiantes têm que ser teimosos mantive o projeto original. Funciona assim: Faça o download do livro. “Inteiro?!”. É, inteiro. “Sem pagar nada antes?!”. É, sem pagar nada antes. Leia. Divirta-se. Se você gostar, você pode retribuir os meses de trabalho do autor das seguintes maneiras:

1. Compre um livro nas livrarias. Akashi está sendo vendido nas melhores livrarias do país. Impressão de qualidade por 15,90. Pelo menos na primeira edição, que costuma ser mais acessível. Excelente para presentear os amigos.
2. Compre um livro on-line aqui. Site seguro da Livraria Cultura.
3. Compre um livro direto do autor, autografado. Estoque limitado. O livro segue por correspondência registrada, rastreável pela internet. Quem sabe não vale uma fortuna daqui cinqüenta anos? ;-)

Vai dar certo? Boa pergunta. O número de pessoas que vai se aproveitar da minha “ingenuidade” vai ser maior ou menor que o número de pessoas que vai respeitar o trabalho do autor e incentivar essa nova idéia?

Não sei. Mas confio no meu futuro público. São gente boa.

Ah! E depois de ler, volte aqui! Me diz o que achou. Me ajude a escrever mais histórias. E mande o endereço dessa página para seus amigos, para que eles possam entender e participar dessa proposta.

Então, vamos, faça como os novos amigos que você irá conhecer agora. Faça o download do livro, diminua as luzes, sirva-se de uma bela taça de vinho e divirta-se.

Um abraço,
Andrei Puntel.

Instruções para o Download

1.Clique aqui no link Download Será aberta a página do Rapidshare.

2.Vá até o final da página e na opção " Select your download" , clique no botão escrito "FREE". O sistema irá para a página seguinte onde aparecerá escrito "download-ticket" e o tempo que você vai esperar. No máximo trinta segundos. Aí surgira o texto: DOWNLOAD: AKASHI.pdf.

3. Clique em "Akashi.pdf", espere a transferência do arquivo, 630 K, para sua máquina.

4. Divirta-se.

6.5.05

Converse comigo...

Aqueles já habituados aos blogs vão estranhar esse post, mas acreditem, ele é necessário. A linguagem dos blogs ainda é muito recente e fora alguns poucos viciados - e eu me incluo entre eles - muitos internautas ainda não tem o hábito de ler blogs. Segundo o instituto de pesquisa Gallup, nos Estados Unidos, 19% dos internautas lêem blogs com frequência. Aqui no Brasil a conta deve estar em 5%. Então, algumas explicações:

Se você tiver alguma dúvida ou opinião, deixe um comentário. Ao final de cada post (texto) há um link escrito "x comments". Clique nele. Aparecererá o texto em destaque e ao final o link "Post a comment". Clique de novo. Aparecerá outra janela. Inclua seu comentário. Marque como "anonimous" e clique "login and publish". Seu comentário está no ar. Muito obrigado!

Se quiser mandar um dos textos para um amigo, clique no envelope que está no canto direito de baixo do texto. Abrirá uma janela. Coloque seu nome, seu email, o email de seu amigo e alguma coisa a mais que você queira escrever. Por exemplo "Esse texto é bão demais da conta. Abraço, Fulano". E finalmente clique "enviar email"

Pelo menos nos primeiros posts inverti a ordem normal dos blogs. A ordem certa de leitura é de cima pra baixo, como em uma revista. Pelo menos de "Entenda o Projeto Akashi" até "Tábua de Esmeraldas".

Se alguem quiser falar em particular sobre o livro mande um email para andrei.puntel@terra.com.br.

Mais uma vez, obrigado a todos.

5.5.05

Meu caminho

“Akashi” é uma ficção com elementos de realidade fantástica. Gosto desse termo, “realidade fantástica”. Acho mesmo que a nossa realidade é muito mais fantástica do que aparenta nossa experiência cotidiana.

Não estou falando da apelação barata “trago de volta a pessoa amada” ou da neurose esotérica do final do século vinte, que mistura crenças e superstições em um balaio de gatos sem pé nem cabeça.

Estou falando de algo mais sutil, que atravessa a história humana como a sombra de nossa cultura desperta.

Mais de sessenta anos depois da morte de Freud, é curioso ver pessoas que acham que sua vida é plana, lógica e cartesiana. Bem como aquelas que acreditam que nada da verdade escapa da ciência tradicional, enquanto centenas de universidades sérias ao redor de todo o mundo fazem experimentos que sugerem aspectos desconhecidos da mente humana. Outra falácia é o fato da espiritualidade ser um atributo das mentes simplórias. Um passeio pelo centro de qualquer grande cidade no ocidente permite a identificação de estruturas e prédios carregados de simbologia espiritualista, principalmente de origem hermética. E geralmente em prédios que servem aos grupos sociais mais bem posicionados.

Procuro a minha interpretação pessoal da realidade. A mais ampla possível. A mais honesta para com minhas percepções e sentimentos. Além do senso comum que diminui, aprisiona e submete. Ela não serve para mais ninguém. Cada um de nós tem diferentes elementos em sua formação e caráter para construir seu próprio quebra cabeças. Isso é liberdade. É responsabilidade. Também traz ansiedade e medo. Talvez por isso tantos desistam.
Mas se as respostas são diferentes, podemos desenvolver juntos algumas perguntas...

4.5.05

O processo criativo de Akashi


Antes de Akashi havia outra história, passada em um grande centro urbano, que tinha uma médica como personagem central. Após alguns eventos, ela consultava um personagem secundário, que morava em uma ilha bucólica.

Se você leu Akashi, já identificou esses personagens. Percebeu também que eles trocaram de lugar em termos de importância, dentro da história atual.

Quando tive a idéia de reescrever o livro original, houve algumas questões a serem resolvidas.

Em ambos eu usei idéias tiradas de vários sistemas simbólicos antigos, como o hermetismo e a magia cerimonial. Eu não inventei esses conceitos. Mesmo os “efeitos especiais” das histórias são teoricamente possíveis. Mas com oito anos de estudos (teóricos) desses sistemas a compreensão sobre alguns fenômenos mudou. E aí tive que mudar grande parte do argumento do livro.

Também me interessava adequar a estória a um público-alvo diferente. Um projeto paralelo se desenvolvia, a Associação Desafio, e entendi que ambos teriam o mesmo público-alvo, adultos jovens com alto nível educacional e perfil humanista. O interessante é que, a principio, achei que não conseguiria fazer essa adequação. Qual não foi minha surpresa quando ela se deu de maneira absolutamente natural. Isso se explica pelos diferentes momentos da vida em que escrevi essas histórias. Dez anos atrás era um engenheiro recém-formado vivendo o final da década yuppie, e focado totalmente em desenvolver minha carreira, como a personagem principal da história original. Dez anos depois, e um pouco mais experiente, estou mais preocupado com meu desenvolvimento integral.

A parte divertida é criar os personagens. Traços meus e de vários amigos podem ser encontrados misturados ao longo da história. A pobre senhora Cumming leva o sobrenome de um amigo de infância que mora de fato em Londres. Paget é o sobrenome de outro amigo, colega de viagens de mergulho. Julie é uma boa lembrança do passado...

A parte complicada é amarrar o enredo. Já me levantei à noite mais de uma vez por não concordar com uma determinada passagem do livro. “Esse personagem jamais faria isso!”. Aí não tem jeito, é levantar e alterar a história. Só depois voltar a dormir.

Também equilibrar a estória foi difícil. A passagem que chamo de “história da magia” encanta alguns leitores, enquanto outros a julgam pesada. Mas sem ela o livro pareceria “harry potter pra adultos” e aí não teria graça. Além do que levei muito tempo pesquisando as informações lá expostas. E mesmo assim eliminei quase trinta páginas desse assunto. Obviamente não cabiam em uma história que tinha originalmente 240 páginas. Lembro que, com letras normais e margens decentes, Akashi teria em torno de 170 páginas. Mas demos um jeitinho de reduzir o custo final da primeira edição. Não deu pra reduzir mais o tamanho da letra porque teríamos que vender uma lente de aumento com o livro...

E como o enredo cresceu demais, deu origem a mais duas histórias, que estão sendo finalizadas. Mais noites mal dormidas...

3.5.05

Mensagem na garrafa


Como já expliquei, “Akashi” foi escrito pra ser uma experiência. De modo algum houve uma motivação narcisista ou coisa semelhante. Mas aconteceu uma coisa interessante. Leitores, e mesmo alguns amigos, passaram a me questionar com respeito a questões de fé, assunto que não costumo discutir com ninguém.

As pessoas tendem a reduzir seus circunstantes a personagens compreensíveis e é curioso como a descoberta de facetas discretas desses circunstantes pode desconsertar o indivíduo. No meu caso específico, alguns ex-colegas de trabalho me achavam muito “executivo” para isso (seja lá o que isso signifique) enquanto aqueles que me conheciam apenas de ocasiões informais diziam não imaginar esse lado introspectivo.

Curioso também como as pessoas necessitam remodelar rapidamente os personagens atribuídos aos outros para que se sintam confortáveis. Em alguns casos, a descoberta dessa faceta espiritualista levou a uma opinião mais generosa, atribuindo profundidade onde se enxergava superficialidade. E em outros houve o oposto. A postura mais instigante foi de um antigo colega da área de tecnologia, possuidor de um ceticismo ácido, que teve que ser convencido –coisa que detesto fazer – de que eu não havia desenvolvido nenhum distúrbio de personalidade ou deficiência mental idiotizante, como se qualquer tipo de fé fosse atributo de mentes mais simples e submissas.
Então, como quem lança uma garrafa com uma mensagem ao oceano, vou postar aqui algumas considerações sobre esse assunto. Acredito que devo aproveitar todas as chances de aprender. Jamais imaginei, entretanto, que parte desse aprendizado pudesse ser público...

2.5.05

Ao fundo do lago


Toda discussão sobre Deus é inútil. A única postura intelectualmente honesta é a agnóstica, que considera o intelecto incompetente para compreender o absoluto.

Fora isso, existe o conhecimento subjetivo possível. Um conhecimento intuitivo, uma percepção direta, uma desconfiança insistente na existência de uma realidade maior. Alardear ceticismos quando há dúvida na alma é cinismo. Alardear fé sem a intuição verdadeira leva à hipocrisia e ao fanatismo, que é resultado da necessidade de se viver algo que não se compreende.

Estar consciente da subjetividade do conhecimento é essencial. A não ser que o ego se julgue maior que o absoluto e capaz, portanto, de compreendê-lo. Haja arrogância...

Se estivermos conscientes da subjetividade de nosso conhecimento, somos forçados a admitir que ele é e sempre será incompleto. E então sempre se exigirá a tolerância para com o conhecimento do Outro. Talvez seu conhecimento alcance uma parte do absoluto que desconheço...

Deixemos bem claro também que mesmo a crença real, fundamentada na percepção subjetiva, não faz ninguém melhor do que aqueles que o cercam. A inspiração ética e metafísica da espiritualidade pode ser um caminho a mais para o desenvolvimento humano, mas mesmo o mais cético dos homens pode ser um humanista. Ele não é menos por crer-se só. Ele não é mais por crer-se auto-suficiente.

Poucas coisas são mais chatas do que aquele que faz proselitismo, tentando convencer que a sua fé é a melhor, absoluta. Na verdade o que escutamos nessas horas é a vaidade humana que deseja fazer de uma parte de si um retrato do eterno. Talvez a única coisa tão chata seja aquele que empunha seu ceticismo com orgulho frente aos pequenos ignorantes, querendo fazer de uma parte de si todo o eterno. No fundo é a mesma coisa. Aliás, ao fundo do lago com ambas as vaidades.

1.5.05

Crença e liberdade


Adoro Nietsche. Pra que ninguém me tome por um pretenso Dalai-lama, digo que ler o alemão maluco tem sobre mim o mesmo efeito de ouvir Metállica no volume mais alto. Especialmente ”Crepúsculo dos ídolos” Como se preparar para um combate, adrenalina aos borbotões...

Poucos seres humanos foram mais biliosos para com a fé que o feroz filósofo. Alguém capaz de escrever “O anticristo” em 1895, não é exatamente um carneirinho. Mas contra o que ele escreveu?

Acredito que a fé tem três momentos. Na primeira, um indivíduo, ou um grupo em harmonia desenvolve uma interpretação, uma metáfora, para a realidade. É um momento de crescimento, de liberdade para questionar o que existe e trazer o conhecimento intuitivo ao nível da cultura atingida por seus questionadores.

No próximo instante, tudo se complica. Dando por certa e absoluta a metáfora criada, os que seguem os questionadores originais perdem a capacidade de ampliar o conhecimento e o aprisionam em dogmas.

Por último, aqueles que se seguem vêem na aplicação do dogma a capacidade de controle. E se arvoram em detentores privilegiados do conhecimento que não compreendem, que não lhe pertence e que a despeito disso, é tornada sua principal ferramenta de pastoreio das massas.

Falei apenas em fé? Isso é válido para qualquer ideologia.

A compreensão da metáfora original, dos valores representados pelos cenários coloridos, traz ao indivíduo o mesmo grau de liberdade dos questionadores originais. E a consciência de que essa metáfora é incompleta e subjetiva traz não só a possibilidade, mas a necessidade de evoluí-la através do questionamento e observação.
A fé cega em estruturas ideológicas carcomidas e tornadas propriedade dos privilegiados leva à escravidão, à debilidade individual e à injustiça na coletividade.

Metáforas do século vinte e um


O maior alquimista do século XX. Aquele que interpretou o conhecimento intuitivo através de conceitos modernos e forneceu a chave para compreender os mitos e a espiritualidade ao longo da história. Carl Gustav Jung.

Psiquiatra suíço, Jung partiu de sua experiência prática no hospital de Zurique, no começo do século vinte, para mergulhar na alma da humanidade, estudando vários sistemas simbólicos como o I-ching chinês, a alquimia ocidental e alguns conceitos hindus. Entre suas várias contribuições, nos interessa o processo de formação da personalidade:

Imagine um bebê que engatinha. Só em uma sala, ele enxerga uma vela. A luz e a cor o encantam e ele se aproxima, curioso e feliz. Ele toca a chama, se queima e experimenta o medo do desconhecido e a sensação angustiante da dor.

Toda essa experiência ficará armazenada em sua mente como um complexo, um conjunto de sensações e emoções. Na medida em que cresce, muitos outros resultados serão assim armazenados. Esses resultados de alguma maneira se coordenarão, dando origem à sua consciência, seu ego.

O ego é a principal estrutura da mente, mas não a única. Os resultados que compõem o ego estabelecem sua própria lógica. E algumas experiências têm resultados que não são aceitos ou compreendidos pelo ego, não “combinam” com essa lógica. Esses resultados jamais se perdem, são armazenados no inconsciente e criam estruturas independentes. Uma dessas estruturas é um complemento de gênero, ou seja, no caso de um homem, os resultados considerados “femininos” formam a Anima, e no caso da mulher, seus resultados “masculinos’ compõem o Animus. Os resultados não aceitos por questões morais formam a Sombra, que armazena grande parte dos impulsos vindos do instinto e reprimidos publicamente. O ego por sua vez cria um personagem para lidar com seus relacionamentos sociais, a Persona, uma máscara onde o ego só mostra o que acha conveniente em sua vida social. E todo esse conjunto é construído sobre idéias comuns a toda a espécie humana, existentes antes do indivíduo, o chamado inconsciente coletivo. Jung identifica e define o inconsciente coletivo, mas não se atreve a lhe dar uma origem.

Essas estruturas, conscientes ou inconscientes, estão todas ativas, influenciando o indivíduo em seu dia-a-dia. Segundo Jung, o desenvolvimento da personalidade consiste na compreensão do conteúdo inconsciente, e de sua incorporação ao ego. Todas essas estruturas então se desenvolvem no sentido de formar uma única e “completa” estrutura, o Self ou “si-mesmo”. A esse processo de compreensão, integração e unificação, Jung deu o nome de individuação.

Como qualquer sistema que explique algo tão complexo como o ser humano, a explicação junguiana não é absoluta. É uma representação, uma metáfora.

E onde essa metáfora se liga aos sistemas do passado?

Na teosofia de origem oriental, distinguem-se dois níveis de consciência, o “Eu inferior” usado por todos nós e o “Eu superior”, um nível superior de consciência a ser alcançado através de meditação e esforço. É clara a semelhança com o ego e o Self, respectivamente.

Na magia cerimonial, de orientação cristã, como a de Eliphas Levi, o processo de crescimento espiritual passa pelo enfrentamento ritual e simbólico de dois personagens, os daimons (guardiões) pessoais, primeiro um bom e em seguida um mau, que se identificam com a semente do Self em formação e com a Sombra. Esse anjo bom, também é chamado na literatura ocultista de “Sagrado Anjo Guardião”. A principal diferença entre os níveis de aprendiz, iniciado e mestre consiste exatamente na relação com o anjo guardião ou o Self. Enquanto o aprendiz trabalha apenas com seu ego, o iniciado tem acesso direto ao SAG e o mestre se funde a ele, atuando todo o tempo nos níveis superiores da consciência, portanto.

Também na alquimia, a pedra filosofal é um símbolo para o espírito do alquimista. O processo de criação da pedra levava décadas e tinha três estágios intermediários com capacidades distintas: as pedras negra, branca e vermelha, chamadas nigredo, albedo e rubedo, nitidamente associados aos níveis já descritos de aprendiz, iniciado e mestre.

Outra metáfora interessante seria uma ao estilo "Matrix". O ego ou Eu inferior é como um pequeno computador pessoal ligado a um computador de grande porte, um grande mainframe pessoal, que seria o Eu superior. O aprendiz opera apenas o computador pessoal, o iniciado acessa através de rituais seu mainframe e o mestre trabalha sempre através de seu mainframe pessoal. E segundo a metáfora junguiana, cada mainframe pessoal estaria conectado a todos os outros mainframes pessoais, formando a camada do inconsciente coletivo.

Finalizando, todas as manifestações impossíveis e miraculosas, os fenômenos parapsicológicos e outros “efeitos especiais” estariam relacionados à atividade do Self, que ligado ao todo, passa a atuar em um nível incompreensível para a mente – ego – cotidiana.

26.4.05

Tábua Esmeralda

"Verum, sine mendacio, certum et verissimum : quod est inferius est sicut quod est superius; et quod est superius est sicut quod est inferius, ad perpetranda miracula rei unius. Et sicut omnes res fuerunt ab uno,mediatione unius, sic omnes res natae fuerunt ab hac una re, adaptatione. Pater ejus est Sol, mater ejus Luna; portavit illud Ventus in ventre suo; nutrix ejus Terra est. Pater omnis telesmi totius mundi est hic. Vis ejus integra est si versa fuerit in terram. Separabis terram ab igne, subtile a spisso, suaviter, cum magno ingenio. Ascendit a terra in coelum, iterumque descendit in terram, et recipit vim superiorum et inferiorum. Sic habebis gloriam totius mundi. Ideo fugiet a te omnis obscuritas. Hic est totius fortitudine fortitudo fortis; quia vincet omnem rem subtilem, omnemque solidam penetrabit. Sic mundus creatus est. Hinc erunt adaptationes mirabiles, quarum modus est hic. Itaque vocatus sum Hermes Trismegistus, habens tres partes philosophiæ totius mundi. Completum est quod dixi de operatione Solis."
"É verdade, sem mentira, certo e muito certo: o que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está embaixo; para fazer os milagres de uma só coisa, e do mesmo modo que todas as coisas têm sido e têm origem do um pelo meio do um, assim todas as coisas são nascidas desta coisa única por adaptação. O Sol é o seu pai, a Lua é a sua mãe, o vento o terá levado em seu sonho, a terra é a sua nutriz; o pai de tudo, o Thelesma de todo o mundo, está aqui; sua força e potência serão completas se forem convertidas em terra. Separarás a terra do fogo, o sutil do pesado, suavemente e com grande habilidade; subirás da terra ao céu e de novo descerás à terra, deste modo receberás a força das coisas superiores e das inferiores. Por este meio terás a glória de todo o mundo e toda a obscuridade se afastará de ti. É a força forte de toda a força, pois vencerá toda a coisa sutil e penetrará toda a coisa densa. Assim foi criado o mundo. Disto se fará e surgirão admiráveis adaptações cujo meio está aqui. Por isso sou chamado Hermes Trismegisto, porque possuo as três partes da sabedoria de todo o mundo. O que há a dizer da Operação do Sol está cumprido e acabado."

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